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Foto do escritorBruna Velasquez

Burnout ou Esgotamento profissional: será que você ouviu as coisas certas?


Quem acredita que o burnout é um fenômeno moderno está muito enganado. É possível ler sobre alguns sintomas semelhantes já no Antigo Testamento e em textos de Shakespeare. No entanto, foi apenas na década de 70 que essa síndrome passou a ser descrita de maneira como conhecemos.

Se ele não é novidade, por que falamos tanto nisso hoje? Segundo pesquisas da Isma-BR (Internacional Stress Management Association) 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem de algum problema gerado pelo estresse. Deles 32% tem burnout. Apesar de ser uma condição que causa enorme comprometimento tanto para a pessoa como para a própria empresa, 92% desses indivíduos seguem trabalhando pelo medo do desemprego.

Para que você entenda melhor, basicamente, o burnout tem três dimensões principais: exaustão, cinismo em relação ao trabalho e falta de eficácia profissional. A exaustão, a primeira dimensão, envolve sentimentos de estresse e fadiga crônica devido a cargas excessivas de trabalho. A segunda dimensão, despersonalização ou cinismo, manifesta-se como apatia e distanciamento em relação ao trabalho e às pessoas com quem se trabalha, levando à perda de interesse e sensação de que o trabalho perdeu seu significado. A última dimensão, a falta de eficácia profissional, refere-se à redução da sensação de eficiência, realização e sucesso no trabalho e na organização. A maior parte das vezes o esgotamento profissional ocorre quando o trabalhador tem níveis de estresse aumentados cronicamente, seja porque nunca consegue atender ao nível de exigência, tem carga horária extenuante, metas inalcançáveis, ambiente hostil, isolamento, desvalorização, mas também quando é subutilizado ou não tem metas que o desafiem, entre outros.

Os sintomas típicos do esgotamento profissional são: agressividade, isolamento, mudança de humor repentina, dificuldade de se concentrar, ausências no trabalho, memória comprometida, pessimismo, baixa autoestima, insônia e até sintomas físicos como dor de cabeça recorrente, alteração da pressão continuamente, dores musculares e diarréia, por exemplo. Gostaria de comentar ainda que, embora alguns sintomas do burnout se assemelhem aos da depressão, como anedonia, humor deprimido, fadiga e concentração prejudicada, são condições diferentes, embora relacionadas. É crucial lembrar que o burnout está intrinsicamente ligado ao contexto do trabalho. Removendo o indivíduo dessa situação de trabalho desgastante, muitas vezes é suficiente para uma rápida recuperação. Para prevenir o burnout, é importante abordar as condições de trabalho e hábitos de vida. Embora o estresse seja uma parte natural da vida, há um limite além do qual pode se transformar em exaustão. Melhorar as condições de trabalho, reduzir o isolamento, diminuir a carga de tarefas e promover uma melhor integração profissional podem ser medidas eficazes. Às vezes, fazer pausas ou pedir uma reorganização do trabalho é necessário. Atividades físicas regulares, como exercícios de relaxamento, yoga, mindfulness e meditação, são eficazes na redução do estresse e no controle dos sintomas do esgotamento profissional. Para prevenir o burnout, estabeleça pequenos objetivos tanto na vida profissional quanto na pessoal. Reserve tempo para atividades de lazer com amigos e familiares e planeje atividades que quebrem a rotina diária. Compartilhe seus sentimentos com alguém de confiança, evitando contatos negativos. Manter a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação saudável e evitar o uso de drogas, como álcool e tabaco, é fundamental. Descansar adequadamente, com sono de qualidade e suficiente, também é essencial.

Não se automedique e consulte um médico se necessário. Lembre-se sempre da importância de equilibrar trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas para prevenir o burnout e manter uma vida saudável.


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