É comum receber mulheres no consultório assustadas porque descobriram que estão grávidas, acreditando piamente que terão que suspender todas as medicações. Isso acontece tanto pelo preconceito que perdura ao longo de toda a história da psiquiatria como também pelo desconhecimento de profissionais de outras áreas e da própria população - que não tem obrigação de saber. A enorme preocupação em dar medicações para uma grávida não surgiu a toa. Ninguém quer ser responsável pelo dano a um bebezinho que sequer nasceu e, de repente, gerar um problema ao longo de toda uma vida. Ou, até pior, de causar sua morte dentro do útero. Assim, por questões éticas, a ciência tem dificuldade de estudar os remédios que podem ou não podem ser dados para uma gestante. Só que ser difícil não significa ser impossível. Assim já sabemos que existem diversas opções para tratar essa mulheres. O mais importante é consultar o especialista para saber se a medicação que se está usando é permitida. Caso não seja, será trocada. Uma dica que eu dou é: "se você está pensando em engravidar, avise a seu psiquiatra. Ele terá a oportunidade de alteração a prescrição de forma muito mais organizada e tranquila." Uma questão bastante importante também é pensarmos no sofrimento dessa pessoa que precisa tratar determinada condição e ficará descoberta por 9 meses. Algo que pouco se fala é sobre os prejuízos causados pela falta de tratamento. Seria ingenuidade pensar que adoecimentos da mente não geram nenhuma alteração no bebê.
Curta sua gravidez. Você merece e seu bebê também!
Você sempre tão cuidadosa, obrigada por esse conteúdo. Melhor psiquiatra do mundo!